A DESMORALIZAÇÃO DO ENSINO NO
BRASIL
Duas
notícias chamaram minha especial atenção, neste começo de ano: a primeira diz
respeito ao baixo índice de aprendizado das escolas públicas da Capital, onde o
nível de conhecimento dos alunos de 15 anos se equivale aos de 10 anos. A
segunda nos dá conta de que o Brasil vai facilitar a imigração de mão de obra
qualificada, para atender à demanda do mercado, carente de profissionais
habilitados. É largamente sabido que nenhum País consegue alcançar razoável
nível de desenvolvimento, se não tiver um ensino de boa qualidade. Infelizmente,
este princípio tão comezinho parece ser desconhecido das autoridades
brasileiras. A política das “quotas”, sem qualquer dúvida, vai despejar no
mercado, profissionais de parca qualificação, abrindo um vácuo que, por certo, será
ocupado por estrangeiros. O ensino superior, pela sua natureza, tem que ser
elitista, no sentido de abrigar os mais capazes, intelectualmente falando. A
pretensa “democratização”, como a ora promovida, através das “quotas”, além de
preconceituosamente injusta, se traz bons resultados eleitoreiros, promove o
retrocesso do Brasil, com um ensino classificado como o pior da América Latina,
atrás de países como a Bolívia e a Colômbia. É preciso que se reverta este
quadro, tão desonroso para nós, investindo, com seriedade, no ensino fundamental
e estreitando o funil, de modo que as Universidades, principalmente as
públicas, voltem a ter um padrão de excelência, a que só tenham acesso os
realmente mais capazes, independente de sua cor, ou de seu nível sócio-econômico.
Para atender a esses últimos, o Governo pode e deve implantar um sistema de
bolsas de estudo, que dê condições aos menos favorecidos de, com um diploma de
curso superior, mas que corresponda a um elevado padrão de conhecimento, ingressar
no mercado de trabalho em igualdade de condições com os economicamente mais
favorecidos. Importar mão de obra qualificada é, para falar pouco, passar um
atestado de óbito para a educação no Brasil.
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