AINDA O DESASTRE DE SANTA MARIA
O noticiário de ontem, 28, dá conta de que quatro pessoas já se encontram presas como responsáveis pela tragédia que, até agora, já vitimou 135 jovens na cidade de Santa Maria. Apurar responsabilidade, se não mitiga a dor dos familiares e amigos das vítimas, é obrigação das autoridades competentes. Apenas assinalo monumental equívoco nas prisões, até agora efetuadas. Sabe-se que a Casa Noturna, onde se deu o desastre, funciona desde 2009. Daí decorre a pergunta: somente após o desastre, quatro anos depois, é que se descobriu que a boate não tinha portas de saída suficientes, na hipótese de ocorrer uma emergência? Afinal, quem deu autorização para que ela funcionasse nas condições atuais? Sabe-se que, antes de se realizar um evento, os organizadores devem obter um alvará específico, onde, inclusive, dimensiona-se o número máximo de frequentadores. Como foi noticiado, a banda, que é da própria cidade de Santa Maria, de larga data, usava pirotecnia em suas apresentações, o que era, inclusive, exigência imposta por quem a contratava. Tem- se, assim, um quadro de responsabilidades que, pelo menos em princípio, o proprietário da Casa e os músicos são os de menor relevância, já que tal responsabilidade recai, com quase inteireza, sobre o Poder Público local, que liberou o estabelecimento, nas condições em que o mesmo se encontrava desde sua inauguração até a data do infortúnio e que autorizou o show, com o conhecido uso de pirotecnia. De se concluir, sem qualquer esforço, que as prisões efetuadas o foram apenas para dar satisfação ao povo, mais uma vez por pressão da Imprensa e dessa prisão ficou excluído o maior responsável pela desgraça, exatamente o Prefeito da cidade.
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