E A FESTA CONTINUA...
Não foi com surpresa que a
comunidade jurídica tomou conhecimento de que o Procurador Geral da República
requereu a prisão imediata dos réus do “mensalão” e menos surpresa será se o “midiático”
Ministro Joaquim Barbosa deferir tal pedido. Esse processo já provocou tantas
lesões ao Direito, que uma a mais não fará diferença, a não ser, é claro, para
os réus que serão recolhidos, em plenas festas natalinas, o que, sem dúvida, trará
incontido êxtase à dupla, acima referida. Para eles, não importa se a decisão
condenatória ainda não transitou em julgado, pendente, de dois recursos (embargos
de declaração e embargos infringentes), ambos munidos de força processual para
suspender os efeitos da sentença condenatória. Para eles, também não importa
que os réus, todos vigiados e com seus passaportes apreendidos, nada possam
fazer para frustrar o cumprimento da decisão condenatória. Importa, isto sim, é
continuar posando de heróis, debaixo dos refletores, dando ao povo, que pede
sangue, a sensação de que, finalmente, fez-se justiça. Todavia, o que precisa
ser destacado, com um mínimo de isenção e sensatez, é que os preceitos legais
devem ser obedecidos, porque são eles a garantia de todos nós. O julgamento do “mensalão”,
como sabe qualquer calouro de Direito, inaugurou precedentes perigosos, a
colocarem em risco o bem maior do homem, que é a sua liberdade. Apenas para
agradar a Imprensa (muitas vezes tendenciosa, como o caso da revista “Veja”) o
Supremo, ao invés de resguardar a lei e o devido processo legal, pariu um
monstro que, quem sabe, pode engolir a todos, inclusive a Imprensa, sempre a
primeira a ser vítima do arbítrio.
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