NATAL COM JESUS
Como acontece todos os anos, a
agitação toma conta da cidade. O comércio prevê substancial aumento nas vendas.
Multidões buscam o Ibirapuera para contemplarem a enorme árvore de Natal,
instalada nas proximidades do lago. Fala-se, por todos os cantos, no Natal e até
no “espírito do Natal”, apesar de a maioria não saber bem o significado de tal
expressão. Na verdade, nesta grande festa, há um grande ausente, cujo nome, a
não ser por poucos, não é lembrado: Jesus. E a grande contradição é que Ele, o
Messias, o Enviado de Deus, sempre desprezou honrarias. Nasceu e viveu pobre e
sua missão voltou-se, prioritariamente, para os desafortunados, Seu reino não
possuía nem ouro, nem espada e, em sua pregação, postulava pela paz e pela
solidariedade, talvez os dois substantivos mais ausentes nos dias atuais. A
própria região, onde Cristo viveu, outrora chamada “Terra Santa”, é palco de
sangrentas e constantes batalhas, porque Israel se nega a reconhecer a
existência do Estado Palestino. Entre nós, o desrespeito pela vida humana semeou
o ódio e o medo e nada disto se apaga apenas porque, em um único dia do ano,
desejamos “feliz Natal”, a quem está ou vive próximo a nós. E os rancores, que
nos corroem, nos demais dias do ano? E os pobres, que evitamos nos demais dias
do ano? Na verdade, muito mais importante do que o presente que trocamos, que
nenhuma simbologia guarda com o gesto dos “Reis Magos”, é introduzirmos Jesus
nesse e em todos os dias de nossas vidas, exercitando o maior legado por Ele
deixado: o exercício constante da solidariedade, sem a qual a vida não
significa senão inútil passagem.
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