quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Uma defesa desnecessária


Escrevi algumas linhas sobre a sectária escolha a ser feita, caso se confirme Bolsonaro e Haddad, no segundo turno. Recebi alguns elogios, inclusive de quem não conheço e algumas críticas, até de conhecidos. Uma, em especial, bateu no estômago, por ter me acusado de radical de direita e “padrinho da intolerância”. Posso até ser de direita, se tal epíteto significa estado mínimo, administração pública enxuta, gastos públicos controlados e transparentes, incentivo à entrada do capital estrangeiro restrito à área de investimentos, racionalização das políticas públicas, com o fim do assistencialismo e reformas, principalmente a tributária e política. Todavia, “radical” é adjetivo que não se coaduna com quem está na batalha há mais de meio século e, até por força da profissão, exerce a arte de conciliar. Ao tempo do endurecimento do regime de 1968, convivi – e bem – com “subversivos” e, até, defendi alguns. Posso, até, não concordar com a diversidade sexual, todavia isto não me impede de aceitar, conviver e ter clientes homossexuais e entender que a homofobia deva ser objeto de repulsa e punição. Quanto ao extremismo político, o “nós” contra “eles”, que se instalou no país, repito, é fenômeno que vem de longe e que se agravou, por culpa do petismo, envolvido em tudo o que de pior aconteceu, entre nós. Não podemos nos esquecer de que o próprio Temer, tão execrado, foi instalado no poder pelo PT e suas espúrias alianças. Particularmente, pelos dados divulgados, acho que a vitória pende para o lado de Haddad, jovem, boa formação técnica e cultural, pode surpreender, fazendo bom governo – (pior que está, não fica, como ensina o filósofo Tiririca) -, desde que consiga se desprender da banda podre do partido, aí incluso Lula. Vivi meu tempo, tive em Carlos Lacerda meu líder maior, mas este tempo acabou e fica, para as novas gerações, guiar o País. Na mão ou na contra-mão, pois democracia é veículo difícil de conduzir.

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