Escrevi algumas linhas sobre a sectária escolha a ser feita,
caso se confirme Bolsonaro e Haddad, no segundo turno. Recebi alguns elogios,
inclusive de quem não conheço e algumas críticas, até de conhecidos. Uma, em
especial, bateu no estômago, por ter me acusado de radical de direita e “padrinho da intolerância”. Posso até ser
de direita, se tal epíteto significa estado mínimo, administração pública
enxuta, gastos públicos controlados e transparentes, incentivo à entrada do
capital estrangeiro restrito à área de investimentos, racionalização das
políticas públicas, com o fim do assistencialismo e reformas, principalmente a
tributária e política. Todavia, “radical”
é adjetivo que não se coaduna com quem está na batalha há mais de meio século
e, até por força da profissão, exerce a arte de conciliar. Ao tempo do
endurecimento do regime de 1968, convivi – e bem – com “subversivos” e, até, defendi alguns. Posso, até, não concordar com
a diversidade sexual, todavia isto não me impede de aceitar, conviver e ter
clientes homossexuais e entender que a homofobia deva ser objeto de repulsa e
punição. Quanto ao extremismo político, o “nós”
contra “eles”, que se instalou no
país, repito, é fenômeno que vem de longe e que se agravou, por culpa do
petismo, envolvido em tudo o que de pior aconteceu, entre nós. Não podemos nos
esquecer de que o próprio Temer, tão execrado, foi instalado no poder pelo PT e
suas espúrias alianças. Particularmente, pelos dados divulgados, acho que a
vitória pende para o lado de Haddad, jovem, boa formação técnica e cultural,
pode surpreender, fazendo bom governo – (pior que está, não fica, como ensina o
filósofo Tiririca) -, desde que consiga se desprender da banda podre do
partido, aí incluso Lula. Vivi meu tempo, tive em Carlos Lacerda meu líder
maior, mas este tempo acabou e fica, para as novas gerações, guiar o País. Na
mão ou na contra-mão, pois democracia é veículo difícil de conduzir.
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