O que mais me chama atenção, na pesquisa IBOPE, de ontem,
além de Bolsonaro predominar em todas as regiões do Brasil, a exceção do
Nordeste, é o fato de abrir ampla vantagem entre os jovens, até 25 anos. Eles,
os jovens, são as principais vítimas de um País desarticulado, onde o ensino é
deficiente e não há emprego para os que chegam ao mercado de trabalho, onde a violência
faz mais vítimas do que a guerra da Síria. Os jovens, com mais amplitude,
capturaram a necessidade de mudança e desprezaram as velhas e carcomidas
lideranças, que passaram por cargos executivos, “andando de lado”. Se não se houveram bem, como governadores, por
que a eles confiar a Presidência da República? O “sistema”, representado pelos grandes conglomerados empresariais e
financeiros, não foi suficiente para impulsionar a candidatura Alckmin, que
patina em um único digito. Os “analistas”
de plantão estão tontos e, tirando coelho da cartola, tentam explicar o
fenômeno Bolsonaro. A explicação, a meu modesto juízo, está na força das redes
sociais, exatamente onde os jovens gritam sua revolta, pelo bandidismo, que o
PT instalou no País e agitam suas esperanças de um novo Brasil, onde haja “ordem”, sem a qual não há “progresso”. Bolsonaro pode não ser o
melhor, dentro do desejável, mas, como diz o vulgo, é o que temos, para este
momento de descrença e incerteza. Os jovens souberam captar esta circunstância,
sem se preocuparem com a anacrônica dicotomia esquerda/direita, até porque
restaurar a confiança é preciso.
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