quarta-feira, 12 de setembro de 2018

A lição dos Jovens


O que mais me chama atenção, na pesquisa IBOPE, de ontem, além de Bolsonaro predominar em todas as regiões do Brasil, a exceção do Nordeste, é o fato de abrir ampla vantagem entre os jovens, até 25 anos. Eles, os jovens, são as principais vítimas de um País desarticulado, onde o ensino é deficiente e não há emprego para os que chegam ao mercado de trabalho, onde a violência faz mais vítimas do que a guerra da Síria. Os jovens, com mais amplitude, capturaram a necessidade de mudança e desprezaram as velhas e carcomidas lideranças, que passaram por cargos executivos, “andando de lado”. Se não se houveram bem, como governadores, por que a eles confiar a Presidência da República? O “sistema”, representado pelos grandes conglomerados empresariais e financeiros, não foi suficiente para impulsionar a candidatura Alckmin, que patina em um único digito. Os “analistas” de plantão estão tontos e, tirando coelho da cartola, tentam explicar o fenômeno Bolsonaro. A explicação, a meu modesto juízo, está na força das redes sociais, exatamente onde os jovens gritam sua revolta, pelo bandidismo, que o PT instalou no País e agitam suas esperanças de um novo Brasil, onde haja “ordem”, sem a qual não há “progresso”. Bolsonaro pode não ser o melhor, dentro do desejável, mas, como diz o vulgo, é o que temos, para este momento de descrença e incerteza. Os jovens souberam captar esta circunstância, sem se preocuparem com a anacrônica dicotomia esquerda/direita, até porque restaurar a confiança é preciso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário