quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Porque amada é a pátria!

Lembro-me, com grande emoção, de que, amanhã, comemora-se o “dia da pátria”.  Para mim, quase adolescente, a festa começava em agosto, quando ensaiávamos para o grande desfile  que percorria as principais ruas da cidade, apinhada de público, para nos ver passar, impecáveis, vestidos de branco, ar solene e compenetrado, dando nossa decisiva contribuição para a independência do Brasil. Do desfile, participavam todas as escolas da cidade, mas o ponto alto era o “Tiro de Guerra” e seus rapazes, portando fuzis e comandado por exigente sargento, - creio que Anésio era seu nome – a exigir firmeza no passo e cabeça erguida, pois a pátria espera que cada um cumpra seu dever. De outro 07 de setembro, lembro-me de como me senti diminuído, ao assistir ao desfile ao lado do General Murgel, ele Secretário e eu Diretor da Secretaria de Segurança do Rio. Ao passar os pavilhões nacionais – o do Império e o da República – o austero General não impediu que duas grossas lágrimas escorrecem-lhe pelo rosto. Emoção incontida pela qual eu, filho ingrato, não fui atingido. Apesar das críticas de sempre (de não se poder falar em independência, em um país com povo tão dependente), gosto da data e o que ela representa. E não se diga que nossa independência foi conquistada “no grito”, dado às margens do Ipiranga. Na verdade, para chegar a ela muito sangue foi derramado, a começar pelo dos Inconfidentes, em Vila Rica, em 1789. E houve a Revolução Pernambucana, em 1817 e a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul, comandada por Bento Gonçalves. Ensina a história que, se D. Pedro I não tivesse se antecipado, teria sido engolido pelo movimento libertário, semeado pela revolução Francesa de 1789 e pela Independência dos Estados Unidos, em 1776.
Mas não carece viajar no tempo, até porque não é a para isto que gravo estas “mal traçadas”. Registro o espírito aberto à conciliação e à esperança que devemos abraçar, neste dia. Nada se resolverá, afirmando que o Brasil não tem mais solução. Claro que tem, bastando que “o filho teu não fuja à luta”. Este é o País que, mal ou bem, construímos para filhos e netos e, só por isto, nele temos que acreditar. É claro que o aeroporto não é a saída, porque não há de contente em ser eterno estrangeiro. Amanhã, acordarei cedo para ver a desfile, sentir o peito urfando, , respirar o ar da liberdade e pisar firme, porque este solo é meu. Pátria amada, salve, salve!

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