Este blog tem tido suas matérias interrompidas – e outras
interrupções haverá -, por conta de obstáculo a ser vencido e que anda
asfixiando os poucos neurônios, que ainda me restam ativos. Estou chegando ao
ponto crucial do livro, que escrevo, há quase um ano e que, apesar de ficção,
tem relevante conteúdo histórico, que exigiu pesquisa. O livro tem, como título
provisório, “Amor em tempo de ódio”
e conta a história de dois pré-adolescentes
apaixonados que, em determinado momento de suas vidas, seguem rumos diferentes,
ela, alemã, mas filha de judeus alemães, ele, alemão puro, que ingressa na
juventude nazista e faz carreira no exército alemão. Em 1.944, ela e os pais
são enviados a um campo de concentração, onde ele, por ironia do destino, é o
comandante. Hitler já tinha desencadeado a “solução
final”, que consistia no extermínio, em massa, de todos os judeus
aprisionados. E, agora, ei-lo dividido entre o amor revisitado e o cumprimento
do dever de soldado. Estou há mais de uma semana, procurando a melhor
alternativa: o amor ou o ódio? Nos livros anteriores, não vacilei em matar os
personagens principais, pois, se não o fizesse, o enredo se quebraria. Todavia,
agora, os dois caminhos surgem possíveis, harmônicos com toda a trama. É claro
que a morte é mais condizente com os fatos históricos. Além do mais, salvar a heroína
e seus pais exigirá estratégia que ainda não construí. Soma-se tudo isto ao
estresse de final de ano. Mato, ponho
ponto final e encerro o livro. Por outro lado, por que não um pouco de poesia,
sobrepondo o amor ao ódio? Afinal, o ano se aproxima de seu poente, trazendo,
com o Menino Jesus, a esperança de um novo tempo, onde ressentimento ceda lugar
à harmonia, à esperança de vivermos juntos, sem que, para sermos felizes, não
precisemos provocar a infelicidade de nosso semelhante. Por outro lado, naqueles
tempos, incompreensíveis tempos, quando a barbárie tomou assento, a única
esperança estava em amanhecer, no dia seguinte. Persisto, na dúvida do caminho
a escolher. Enquanto rascunho caminhos opostos, o ”blog” vai ficando de lado.
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