sexta-feira, 17 de maio de 2013


A PÁTRIA SEM CHUTEIRAS

A frase, cunhada por Nelson Rodrigues, que dizia ser “A seleção (ele dizia escrete) é a pátria de chuteiras” caiu, definitivamente, em desuso. A seleção brasileira é, hoje, essencialmente, movida por interesses econômico financeiros. Por que digo isso? Basta examinar a última convocação que deixou de fora jogadores da expressão de Alexandre Pato, Kaká e Ronaldinho Gaúcho, este último, de longe, o melhor jogador brasileiro da atualidade. Em lugar desses, teremos a mediocridade de Hulk, Damião e outros desconhecidos, além de Neymar, estrela cujo brilho é produto exclusivo da mídia. Aliás, sobre Neymar, cuja qualidade (?) só emerge contra adversários medíocres, busco, na memória, remota expressão: “jabaculê” (espécie de gratificação que um cantor ou compositor distribuía para que as rádios tocassem suas músicas). Olho aquela figura tosca, em campo, com seus dribles inúteis, absolutamente dominado por marcadores medianamente capacitados, mas exaltado pela imprensa, até quando cobra um lateral. Fico a me perguntar se, por trás de tanta exaltação, não correm vários “jabaculês”.
Enfim, para voltarmos a Nelson Rodrigues, a pátria e a seleção, de largo tempo, perderam seu elo afetivo e, por certo, será ela vaiada todas as vezes que apresentar as medíocres atuações, como as vistas, nos últimos tempos.

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