Pesquisa Ibope deu Lula na cabeça, com 37% das intenções de
voto, seguido de Bolsonaro com 18% e, depois, a raia miúda com oito ou menos
por cento. A leitura óbvia é que, se deixassem, Lula venceria, fácil, as
eleições. E, por que não deixam? Na verdade, afastados falsos pruridos, o “impedimento” de Lula já estava tramado,
de larga data. A lava jato dizia que Lula, além de várias propriedades, aqui e
além-mar, possuía centenas de milhões depositados alhures. Como não
identificaram esse alhures e muito menos aqueles magníficos e hipotéticos
imóveis, sobraram um mequetrefe apto., situado numa praia idem e um sítio, com
propriedade e registro em nome de terceiras pessoas. Era muito pouco, quase
nada para quem tinha tanto poder, mas, no caso, como pretexto, dava pro gasto.
Assim, lastreado em indigente prova – depoimento de delator – questões técnicas
foram postas de lado e Lula foi condenado, com velocidade processual de fazer
inveja a nós outros, advogados de longo curso, a esperarmos 05 ou mais anos que
os processos cheguem ao final. Em qualquer país, minimamente sério, Lula nem
mesmo seria processado e, se o fosse, impossível sua condenação. O pequeno
Supremo Tribunal Federal, rasgando texto expresso da Constituição, admitiu a prisão
em segunda instância; e o Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, furando a
fila, passou o processo de Lula na frente e confirmou Sergio Moro, esse
paladino da moralidade que, com frequência, dá uma volta pelo Estados Unidos,
que ninguém é de ferro. Reunidos os dois tribunais, estava montado o Jogo para
impedir a candidatura de Lula. Aí vem esta pesquisa, a demonstrar que ele foi o
que sobrou de liderança neste melancólico País, cujos líderes, tão distantes,
perderam-se, na poeira do tempo. Eu, cá de mim, tenho a convicção formada de
que a condenação de Lula foi pura armação do poder político, tendo, como “mão-do-gato”
o poder judiciário. Quem tem medo de Lula? Jamais nutri qualquer simpatia por
ele, mas medo, mesmo, tenho do arbítrio, principalmente quando este vem
institucionalizado, guiado por interesses inconfessáveis. O prestígio popular é
fato incontestável. E, a propósito, extraio de livro, que estou a ler, o
seguinte registro, atribuído a John Adams: “fatos
são coisas teimosas; e quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações,
ou os ditames de nossa paixão, eles não vão alterar o estado dos fatos e das
evidências” (in “Como os Advogados
salvaram o mundo”, José Roberto de Castro Neves, editora “Nova Fronteira”).
Nenhum comentário:
Postar um comentário