Reapareço, confesso, com profunda má vontade, mas, torna-se
necessário reaparecer para apontar fato que passou desapercebido de muitos e
foi, intencionalmente, omitidos por outros, estes coniventes ou interessados
que esse fato fique escondido, debaixo do tapete. Não quero acusar ninguém, mas
tão somente apontar o fato, para que se possam tirar dele as devidas
conclusões. Então, vamos lá: a LIDE, empresa do senhor João Doria, tem por
escopo aproximar empresários de importantes agentes públicos para realização de
negócios ou satisfação de interesses. Com frequência, promove esses encontros
ou na paradisíaca Ilha de Comandatuba, ou em algum hotel de finíssimo trato, em
Nova York. Poderíamos concluir seja a LIDE poderosa lobista que proporcionou a
Doria fortuna de cerca de 01 bilhão de reais. Sorte e competência dele, apesar
de achar, pelo menos desconfortável, Prefeito e
candidato a governador de São Paulo no movediço ramo de intermediação de
negócios. Acontece, porém, que, esta semana, destacado personagem, regiamente
remunerado, compareceu, como palestrante, em evento internacional, promovido
pela LIDE, em Nova York. Essa augusta personalidade é Sergio Moro, o heroico caçador
de corruptos de todo o gênero que, sorridente,
como convém a bom aliado, deixou-se fotografar e filmar ao lado do fugidio
ex-prefeito. Alguma dúvida que eles, os filmes e fotos, serão exibidos, como
troféus raros, na campanha de Doria, para Governador? Não vou indagar se
existem interesses velados nessa exibição pública, até porque, como diria o
Conselheiro Acácio, se são velados é para que ninguém deles tome conhecimento.
Indago, isto sim, se Moro não deveria se sentir constrangido em servir de cabo
eleitoral a um político, que vai construindo melancólica história. Se não
agride sua respeitabilidade, que se tornou símbolo, neste amargurado País, se
não mancha sua nigérrima toga, ir saracotear em Nova York, “all included”, por conta de um
empresário sem empresa, que acumulou riqueza promovendo encontros, onde e para
que, não se sabe. O que se sabe é que o heroico paladino de Curitiba mandou
trancafiar dezenas de intermediários de negócios escusos, no trágico episódio
do “petrolão”. Longe de mim, até
mesmo, insinuar que Doria e sua LIDE se envolveram em negócios escusos. Cá do
meu humilde canto, longe da luz dos refletores, só sei o que conta a mídia e
alguns amigos, instalados nas primeiras filas. Entretanto o que sei é que
Sergio Moro, sempre de lança em riste (epa!), deveria explicar a seus admiradores
(dentre os quais não me incluo) o que foi fazer em Nova York, quem pagou a
conta e se sua relação com Doria, o fugitivo, é “namoro
ou amizade”. Este é o fundo da questão. O resto são encenações políticas,
contribuições personalíssimas, vaidades e ambições que não se coadunam com a
imagem de Magistrado, qualquer Magistrado, mas principalmente, a de quem foi ungido a salvador da pátria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário