Quando Luiza Erundina ganhou a eleição para Prefeito de nossa
Capital – na verdade, a primeira vitoria petista, de expressão -, encontrei-me
com meu ‘’guru’’, então deputado federal e fiz-lhe a obvia pergunta: e agora?
Ele, com sua tradicional pouca paciência para os parvos, respondeu-me? –
‘’bobagem! O sistema é mais importante do que as pessoas. Quem tentar fazer a
roda girar ao contrário, será cuspido fora.’’ Lembrei-me dessa lição do
‘’mestre do Pacaembu’’, agora, com a eleição do Donald Trump que, na essência,
quer priorizar os valores e os interesses do cidadão norte-americano,
principalmente daqueles que perderam seus empregos, em razão da fuga das
grandes industrias para países, onde o custo da mão-de-obra é
significativamente inferior à norte-americana, China e México, à frente. A
imprensa estrangeira descreve Trump como o próprio Belzebu, que desceu à terra,
para semear toda sorte de desgraças. Nossas revistas, do último fim-de-semana,
encostaram no ridículo, noticiando que a eleição de Trump foi ‘’a vitória do
atraso’’ e que ‘’ele ameaça pulverizar o legado de Obama e isolar o País.’’
Outra revista afirma, em manchete, que Trump inaugura a ‘’era da incerteza.’’
Pra começo de certeza, qual o ‘’legado de Obama’’? Sua política econômica gerou
mais de 01 milhão de desempregados, isto sem falar da ‘’bolha imobiliária’’ de
2008. Sua política externa foi igualmente desastrosa, principalmente na Síria e
no Afeganistão, onde se queimaram bilhões de dólares e se perderam centenas de
vidas humanas, sem qualquer resultado objetivo. Os tratados comerciais, dos
quais os Estados Unidos foram signatários, trouxeram mais vantagens para os
outros países e é esta a motivação de Trump para revê-los. A solução para o
problema da imigração está sendo reconsiderada até por países, como a Grécia,
Itália, Inglaterra, França e Alemanha que, em um primeiro momento, movidos pela
‘’violenta emoção’’, abraçaram e acolheram os imigrantes. Trump quer ver os
imigrantes ilegais fora do País, o que, a luz do bom direito, não constitui nenhuma
aberração. Todos esses pontos foram ressaltados em sua campanha e foram
apoiados por 29 dos 50 Estados Norte-Americanos que, de forma inédita, ainda
deram a Trump a maioria na Câmara e no Senado. Chamar Trump de ‘’tresloucado’’
é transferir tal epíteto para os milhões de norte-americanos, o que é, para
dizer pouco, rotunda bobagem. Agora, volto à lição de meu ‘’mestre’’. De bobo,
Trump não tem nada e seu sucesso empresarial foi construído, em consonância às
regras do ‘’sistema’’ vigente, naquele País e, por certo, será em harmonia com
esse sistema, que implementará as medidas preconizadas na campanha. Sabe como a
roda gira e não terá a pretensão de fazê-la girar ao contrário.
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