A misteriosa ascensão e
queda de um falso empresário
Dois anos atrás, Eike Batista era considerado o oitavo homem
mais rico do mundo e, hoje, noticia-se que seu conglomerado empresarial
requereu recuperação judicial, isto é, apresentará a seus credores um “projeto” de pagamento de suas dívidas,
em curtíssimo espaço de tempo, não mais do que dois anos. Aliás, toda a imensa
e volátil fortuna de Eike foi construída, tendo como parceiros BNDES e a
Petrobrás, que injetaram vultosas somas de dinheiro nesses projetos faraônicos,
ao que parece, mais próximos da fantasia do que da realidade. Tais Entidades e
outros Órgãos Públicos não dispunham de mecanismos adequados para avaliar a
viabilidade de tais projetos? A verdade é que expressivo dinheiro público “saiu pelo ralo” neste desvario de um
empresário megalomaníaco e, se não houve dolo, houve, pelo menos, culpa do Governo
e de seus mecanismos de controle. Eike está muito longe de ser apontado como
exemplo do moderno empresário brasileiro. Empresário é aquele que, com esforço
próprio, inicia seu negocio e o faz crescer, gerando empregos e pagando
impostos. Empresários que batem às portas do BNDES – e, no exercício da
profissão, conheci dezenas deles – para obterem um modesto financiamento e vêem
suas propostas recusadas, sob a alegação de que não dispõem de “garantia suficiente”. E que “garantia” o Sr. Eike ofereceu, a não ser
“ter bons padrinhos”, para alavancar
bilhões daquele banco oficial? Vivêssemos em um País realmente sério, a “débâcle” do senhor Eike mereceria séria
e profunda investigação, não só para se lhe identificar as causas, mas também e
principalmente para se descobrir os meios, por ele utilizados para crescer tão
alto e cair, tão rapidamente. O problema não pode se situar apenas no plano
econômico, já que há sinais de que pode se desviar para o plano policial. Fica
a pergunta: “quem tem medo de Eike
Batista?”
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