terça-feira, 19 de novembro de 2013

A comemoração equivocada

Amanhã, quinta-feira, na maior cidade da América Latina, as fábricas vão desligar suas máquinas, o comércio vai fechar suas portas e os escritórios deixarão de funcionar. Cerca de seis milhões de pessoas deixarão de produzir, não se podendo mensurar o prejuízo que tal inércia trará para o Município, o Estado e a União. Tudo porque amanhã se reverencia o “dia da consciência negra”, que eu prefiro denominar “dia do preconceito racial”.   Infelizmente, criou-se, no Brasil, a falsa idéia de que ao negro – e apenas a ele – é negado o direito a boas escolas, bons hospitais, bons empregos, fosse, enfim considerado uma sub raça, feita assim pelos brancos escravocratas, que, até hoje, como tal permanecem. Em nome dessa mentira, tantas vezes repetidas por meia dúzia de intelectualoides, criaram-se as quotas raciais nas escolas e, agora, no serviço público.  Qualquer pessoa, dotada de um mínimo de honestidade intelectual, sabe que o verdadeiro preconceito, que o Brasil enfrenta, é o econômico-social. Aliás, o “filosofo” Pelé já afirmava que “lugar que preto não entra, branco pobre também não entra”. Os historiadores, de larga data, já provaram e comprovaram que os verdadeiros escravocratas eram os próprios negros, chefes de tribos africanas, que “caçavam” seus “irmãos” e os vendiam como mercadoria. A integração do negro na “elite”, social, econômica, intelectual do país, se dá com a mesma velocidade (lenta) do branco pobre que, igualmente, pode ser visto mendigando nas ruas, dormindo debaixo dos viadutos, abandonados, sem assistência, nas portas dos hospitais públicos. Por isso tudo, o dia de amanhã, 4ª feira, deveria ser dedicado à “consciência da dignidade nacional”, para que a todos, independente de cor, da raça, do sexo, fosse dado o direito de morar, comer, educar os filhos, ser atendido, com respeito, nos hospitais públicos. Enquanto aceitarmos, com brutal indiferença, os contrastes sociais, não há que se falar em qualquer forma de “consciência”, porque, na verdade, continuaremos a cultivar, acima de todas as raças, nossa irresponsabilidade social.

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