A comemoração equivocada
Amanhã, quinta-feira, na maior cidade da América Latina, as
fábricas vão desligar suas máquinas, o comércio vai fechar suas portas e os
escritórios deixarão de funcionar. Cerca de seis milhões de pessoas deixarão de
produzir, não se podendo mensurar o prejuízo que tal inércia trará para o
Município, o Estado e a União. Tudo porque amanhã se reverencia o “dia da consciência negra”, que eu
prefiro denominar “dia do preconceito
racial”. Infelizmente, criou-se, no
Brasil, a falsa idéia de que ao negro – e apenas a ele – é negado o direito a
boas escolas, bons hospitais, bons empregos, fosse, enfim considerado uma sub raça,
feita assim pelos brancos escravocratas, que, até hoje, como tal permanecem. Em
nome dessa mentira, tantas vezes repetidas por meia dúzia de intelectualoides,
criaram-se as quotas raciais nas escolas e, agora, no serviço público. Qualquer pessoa, dotada de um mínimo de
honestidade intelectual, sabe que o verdadeiro preconceito, que o Brasil
enfrenta, é o econômico-social. Aliás, o “filosofo”
Pelé já afirmava que “lugar que preto não
entra, branco pobre também não entra”. Os historiadores, de larga data, já
provaram e comprovaram que os verdadeiros escravocratas eram os próprios
negros, chefes de tribos africanas, que “caçavam”
seus “irmãos” e os vendiam como
mercadoria. A integração do negro na “elite”,
social, econômica, intelectual do país, se dá com a mesma velocidade (lenta) do
branco pobre que, igualmente, pode ser visto mendigando nas ruas, dormindo
debaixo dos viadutos, abandonados, sem assistência, nas portas dos hospitais
públicos. Por isso tudo, o dia de amanhã, 4ª feira, deveria ser dedicado à “consciência da dignidade nacional”,
para que a todos, independente de cor, da raça, do sexo, fosse dado o direito de
morar, comer, educar os filhos, ser atendido, com respeito, nos hospitais
públicos. Enquanto aceitarmos, com brutal indiferença, os contrastes sociais,
não há que se falar em qualquer forma de “consciência”,
porque, na verdade, continuaremos a cultivar, acima de todas as raças, nossa
irresponsabilidade social.
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