O PAÍS DAS ETERNAS SURPRESAS
O Brasil é um país que não deixa escapar a oportunidade de
surpreender seus cidadãos. Já nem falo do “mensalão”
que, conforme eu previra, há mais de um ano, neste blog, não terá qualquer
solução definitiva este ano. Da mesma forma, só os ingênuos podem acreditar que
a delação da “Siemens”, sobre desvios
de recursos públicos, nas gestões estaduais do PSDB, resultará em condenações
ou ressarcimento ao erário. Puro arsenal político: o PT atira de “Siemens” e o PSDB responde de “mensalão” e os contribuintes, “comme il faut”, pagam as contas, porque
é só para isso mesmo que servimos. Poderão perguntar os mais exaltados: e a voz
das ruas? Tontos – respondo eu – a voz das ruas morre nas ruas, enquanto os
governantes, nos seus inacessíveis poderes, riem de todos ou, quando muito,
assumem um falso ar de seriedade e dizem: “vamos
resolver, vamos resolver”. Mas, falemos do fato novo; o incrível convenio
entre uma entidade privada, ligada ao sistema financeiro – o SERASA – e o
Tribunal Superior Eleitoral. Por tal convenio, o Tribunal forneceria ao SERASA
dados pessoais dos eleitores. O objetivo é óbvio: como muitos devedores somem
na poeira, sem pagar suas dívidas, com as informações do Tribunal, seria
possível localizá-los. Em resumo: um Tribunal prestando – a que título? –
inestimável serviço a uma entidade privada. E o extraordinário é que nem a
Presidente, nem o Vice-Presidente da Corte, ambos ilustres Ministros do “Supremo”, tinham conhecimento do tal
convenio, que teria sido firmado... pela Corregedoria do TSE. Como o tempo –
este carrasco sem piedade -, vem mudando o significado das palavras – recorro a
informações atualizadas sobre o conceito de “corregedoria”, por presunção acaciana, derivado do verbo corrigir.
Para minha surpresa, o sentido do termo continua o mesmo: “é o Orgão de uma Instituição que tem por escopo fiscalizar, corrigir e
até punir os atos das pessoas que integram tão Instituição.” Estranho não?
Claro que não, afinal estamos no Brasil, “País
abençoado por Deus e bonito por natureza...”
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