O episodio do “resgate”
do senador boliviano vai confirmando a irmandade entre a Presidente Dilma
Roussef e os melancólicos títeres da esquerda decadente, que (ainda) habitam a
América Latina. O senador boliviano, Roger Molina, estava asilado há cerca de
400 dias na Embaixada brasileira da Bolívia e nossa Presidente, ao que se
saiba, não moveu uma mísera palha, para que seu amiguinho Morales concedesse o
salvo conduto, que permitiria a saída legal do senador daquele País. O
diplomata Eduardo Sabóia, responsável pela Embaixada, tinha informações seguras
que o senador corria risco de morte e, como a Presidente restava inerte,
organizou um “plano de fuga” e trouxe
o senador para o Brasil. A Presidente, numa falsa irritação, fez verborrágico
discurso, dizendo que o “plano”
colocava em risco a vida do senador. Ora, tivesse ela realmente se preocupado
com a vida do senador, teria pressionado Evo Morales a conceder-lhe o salvo
conduto. Como é “companheira” de
Morales, demitiu o Ministro Patriota, mandando-o servir na ONU e determinou a
abertura de processo contra o diplomata Eduardo Sabóia, o único que, pela sua
coragem individual e espírito de solidariedade, saiu dignificado deste melancólico
episódio.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Três
notícias, veiculadas pela Imprensa, em diferentes datas, por guardarem relação
umbilical entre si, devem ser lidas em conjunto. A primeira, um pouco mais
longeva, dava conta das dificuldades que o Palácio do Planalto estava
encontrando, em suas relações com o Congresso Nacional e que tal esgarçamento
poderia resultar na derrubada de vetos da Presidente a importantes projetos de
Lei, aprovados pelas duas Casas Legislativas. A segunda notícia, mais recente, informava
que a Presidência da República liberara a totalidade dos recursos financeiros, resultantes
das emendas ao orçamento, introduzidas pelos ilustres parlamentares. Finalmente,
a terceira e recentíssima notícia nos dá conta de que o Congresso Nacional
manteve, até o dia de hoje (22/8) todos os vetos presidenciais.
Nos
meus longínquos tempos de estudante, aprendi que "silogismo" é a
maneira de conduzir o raciocínio para alcançar a verdade, sendo composto de 3
elementos: "premissa maior"
(no caso, o Congresso Nacional entra em rota de colisão com a Presidência da
República e ameaça derrubar vetos); a "premissa
menor" (no caso, a Presidência da República libera os recursos
financeiros, decorrentes das emendas parlamentares); e a "conclusão" (no caso, o Congresso mantém os vetos
presidenciais.)
Estará
meu raciocínio correto, ou devo concluir que fui péssimo aluno?
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Joaquim, volta ao ringue.
De larga data, o Sr. Joaquim Barbosa, pela sua reiterada
truculência, vem demonstrando que jamais poderia ter sido alçado ao posto de Ministro
do Supremo tribunal Federal, cuja presidência assumiu deslustrando a história
daquela Corte. O desentendimento, por ele provado, com o Ministro Lewandowski
confirma nossa assertiva. Espera-se – sempre – que as divergências entre
Magistrados, que integrem Órgãos colegiados, fiquem no alto campo dos debates
intelectuais e não se transformem em “bate
bocas”, comuns a botequins de quinta categoria. Ao acusar o colega de
praticar “chicana”, Joaquim Barbosa
não ofendeu apenas o Ministro Lewandowski, mas toda a Corte, maculando sua
dignidade e o respeito que deve ele granjear junto aos jurisdicionados. Não é
sem motivo que aquele Órgão é denominado “Supremo”.
Superpõe-se ele a todas as demais Cortes de Justiça do País e, nos termos de
nossa Constituição deve ser integrado por pessoas dotadas de “ilibada reputação e notório saber jurídico”,
regra que, infelizmente, nem sempre é obedecida, a permitir que pessoas, como o
citado Joaquim, o integrem. Triste momento vive o Brasil, com seus três Poderes
no nível mais alto, envolvidos em querelas que enodoam nossa história.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
“Enterrar ou Cremar”, eis a questão.
Hoje é um dia especial para mim: aniversário de minha mãe, já
falecida. Logo mais vou visitá-la em sua campa. Converso com ela, desculpo-me
por não lhe ter dedicado o carinho e a atenção, que ela merecia, rezo por ela,
mesmo sabendo ser eu quem precisa das preces dela. Mas, o que quero trazer à
reflexão é uma certeza, que vai se tornando dúvida. Sempre me opus à idéia da
cremação, porque os mortos queridos, a meu sentir, precisam ter um local físico
para serem reverenciados e, como reverenciar alguém cujo corpo foi transformado
em cinzas e essas jogadas ao vento? Tudo bem, até posso concordar com a
afirmação de que, com a morte, o corpo é apenas matéria inerte e que a pessoa,
que nele habitou, resta apenas em nossa memória. Por outro lado, a existência
de incontáveis cemitérios, dos grandiosos, como o do “Araçá”, aos pequeninos, que contemplamos nas cidades de beira de
estrada, está a nos demonstrar que ainda não nos despregamos do milenar hábito
de visitar nossos mortos em suas “moradas”.
Eu, que já vou me transformando em ser milenar, cultivo esse hábito. Todavia,
por outro lado, nas minhas caminhadas pelo cemitério (preciso me acostumar com
a paisagem!), percebo, com imensa tristeza, túmulos, cujas sujeiras acumuladas,
atestam o esquecimento das pessoas que lá estão. Como na minha família sou o
único a cultivar esse ancestral hábito de visitar os mortos, fico a me
perguntar se também não restarei abandonado, sem uma visita ou oração. Daí a
dúvida, que contaminou minha certeza, se não será melhor ser cremado e ter as
cinzas espalhadas pelo vento. Afinal, “do
pó viemos e ao pó voltaremos”
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
O PAÍS DAS ETERNAS SURPRESAS
O Brasil é um país que não deixa escapar a oportunidade de
surpreender seus cidadãos. Já nem falo do “mensalão”
que, conforme eu previra, há mais de um ano, neste blog, não terá qualquer
solução definitiva este ano. Da mesma forma, só os ingênuos podem acreditar que
a delação da “Siemens”, sobre desvios
de recursos públicos, nas gestões estaduais do PSDB, resultará em condenações
ou ressarcimento ao erário. Puro arsenal político: o PT atira de “Siemens” e o PSDB responde de “mensalão” e os contribuintes, “comme il faut”, pagam as contas, porque
é só para isso mesmo que servimos. Poderão perguntar os mais exaltados: e a voz
das ruas? Tontos – respondo eu – a voz das ruas morre nas ruas, enquanto os
governantes, nos seus inacessíveis poderes, riem de todos ou, quando muito,
assumem um falso ar de seriedade e dizem: “vamos
resolver, vamos resolver”. Mas, falemos do fato novo; o incrível convenio
entre uma entidade privada, ligada ao sistema financeiro – o SERASA – e o
Tribunal Superior Eleitoral. Por tal convenio, o Tribunal forneceria ao SERASA
dados pessoais dos eleitores. O objetivo é óbvio: como muitos devedores somem
na poeira, sem pagar suas dívidas, com as informações do Tribunal, seria
possível localizá-los. Em resumo: um Tribunal prestando – a que título? –
inestimável serviço a uma entidade privada. E o extraordinário é que nem a
Presidente, nem o Vice-Presidente da Corte, ambos ilustres Ministros do “Supremo”, tinham conhecimento do tal
convenio, que teria sido firmado... pela Corregedoria do TSE. Como o tempo –
este carrasco sem piedade -, vem mudando o significado das palavras – recorro a
informações atualizadas sobre o conceito de “corregedoria”, por presunção acaciana, derivado do verbo corrigir.
Para minha surpresa, o sentido do termo continua o mesmo: “é o Orgão de uma Instituição que tem por escopo fiscalizar, corrigir e
até punir os atos das pessoas que integram tão Instituição.” Estranho não?
Claro que não, afinal estamos no Brasil, “País
abençoado por Deus e bonito por natureza...”
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
ORAÇÃO DOS QUE ESTÃO
POR PARTIR
Senhor Deus, vós que sois Criador do Universo, de todas as
coisas visíveis e invisíveis e que sois o único, a saber, o momento certo de,
encerrada nossa missão terrena, sermos chamado a Vossa presença, ensinai-me a
suportar, com dignidade a velhice. Se me vão exonerando das responsabilidades,
se não solicitam mais a minha opinião, se já vou me tornando encargo para
esposa, filhos e até amigos, despojai-me do orgulho da experiência acumulada e
da vaidade de me julgar insubstituível. Que eu saiba ver nas gradativas perdas
das coisas e das pessoas, que amava apenas o cumprimento da lei do tempo e que
entenda que ela é a mais palpitante expressão da renovação da vida, sob o
impulso da Vossa providencia. Fazei, Senhor Deus, que, malgrado minha decadência
física e mental, eu consiga ser ainda útil na terra, levando conforto e oração
aos que se vergam sob o peso de suas vicissitudes. Que eu viva sem perder o
contato com o humilde e tenha serenidade para suportar as decepções, que ainda estão
por vir. Que eu possa olhar meu passado apenas como um tranqüilo e velho barco,
que se perde no horizonte. Permiti, finalmente, Senhor que a morte me encontre
no campo de trabalho e que seja tão simples e natural, como luminoso pôr-do-sol
de verão.
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