terça-feira, 13 de novembro de 2012


UM DOMINGO INESQUECÍVEL

Nós, habitantes desta querida cidade, já estamos acostumados a conviver, cotidianamente, com congestionamentos quilométricos, a nos roubarem horas do lazer ou do trabalho. É o preço que pagamos por viver na mais desenvolvida metrópole da América Latina. É claro que a incompetência dos administradores públicos contribui para o caos, permitindo, por exemplo, que a coleta do lixo e a carga e descarga de mercadoria sejam efetuadas do decorrer do dia e que a ânsia de arrecadar tenha transformado em “zona azul” estreitas ruas, reduzindo, ainda mais, o leito carroçável. A tudo isso já nos acostumamos, pacientes que somos e até procuramos tirar vantagens do que, para os “estrangeiros”, causa perplexidade. Tenho um amigo que aproveitou seus prolongados e constantes congestionamentos e aprendeu inglês, francês, alemão, russo e já vai adiantado no japonês, que espera dominar, a tempo de ir prestigiar seu Corintians. Considerando que ainda temos um mês antes da final do mundial de clubes e, até lá, ficará ele, retido, pelo menos, umas quinze vezes no trânsito, não tenho dúvida de que ele chegará a Tóquio, falando japonês, sem qualquer sotaque. Talvez tenha sido pensando nesse meu amigo e em outros corintianos, em situação semelhante, que nosso prefeito “bolou” uma ideia para provocar congestionamento, também aos domingos? Não é que nosso alcaide resolveu criar uma ciclofaixa, que começa na República do Líbano, percorre a avenida Indianópolis, invade a avenida Jabaquara e se estende por toda  Vergueiro, suprimindo uma pista de veículo, daí resultando um colossal estacionamento de carros, enquanto tranquilos ciclistas passeavam, malgrado o buzinaço e o grito aflito das ambulâncias que procuravam, inutilmente, espaço para chegarem a seus destinos? Demorei, eu e outras centenas de motoristas, mais de uma hora para percorrer uma distância de menos de cinco quilômetros. É claro que nada tenho contra ciclistas, mas por que, ao invés de respirar o ar poluído das citadas avenidas, não vão dar eles suas elegantes pedaladas nos inúmeros parques da Capital, ou no Sambódromo, ou no Autódromo, ou no campus da USP? Interessante que, à noite, entrevistado em um programa de televisão, nosso Prefeito retirante, manifesta inconformismo pelo seu elevado índice de rejeição. Por que será?

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