terça-feira, 16 de julho de 2013

Dezenas de analistas, com maior, menor ou nenhuma qualificação, avaliaram, de diferentes ângulos, as manifestações populares, que se espalharam pelo Brasil, no mês de junho ultimo. De um modo geral, entenderam-na como “combustão espontânea” contra a corrupção, os maus serviços públicos etc, etc. Eu, que não sou analista de coisa alguma (se bem que nos idos tempos de estudante navegava, sem temor, pelos intrincados mares da “analise sintática”), espero os ânimos serenarem, assisto à patética reação de governo e congresso e faço minha reflexão sobre o tema, sem a preocupação que a considerem tresloucada.
Acho que ninguém discorda que a “classe operaria chegou ao Paraíso”, ou o PT chegou ao Poder com o indispensável apoio da classe media, exaurida por ver o interesse público (educação, saúde, transporte, etc,etc) ser vilipendiado, enquanto interesses políticos, via de regra, espúrios, ocupavam a prioridade dos governantes. Foi nesse instante, que a classe média, acreditando na “boa-nova” da esquerda, Lula à frente, instalou-a no poder. Novos tempos viriam: quase nenhuma corrupção, melhor ensino, melhor assistência médica, melhores transportes, etc, etc. Seria o sonho, transformado em realidade.
Passados pouco mais de 10 anos, a classe media acordou e viu que o sonho se transformara em pesadelo e nada mudara, ou melhor, mudara, mas para pior: as cabeças “estrelares” foram condenadas, no epicentro do “mensalão”, os projetos sociais foram substituídos pelo “projeto FIFA”, a economia vai ladeira abaixo e a velha inflação, adormecida desde os tempos de FHC, volta a incomodar, principalmente o bolso da mesma classe media. E essa, despertada do sonho, veio às ruas, em um “mea culpa” inconsciente.
Quando gritavam “abaixo o governo”, em verdade, queriam dizer “abaixo nós mesmos” que colocamos este pessoal no comando do País. Abaixo nós mesmos, tontos que fomos, por acreditarmos que, ao chegar ao poder, a “estrela” ia brilhar, iluminando o povo.

A classe media voltou para casa, triste, amargurada, aguardando o perdão dos que nunca sonharam, porque sabem que um País só dá certo, nas mãos dos mais capazes que, com certeza, não estão em Cuba, na Venezuela e, muito menos em Brasília.

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