quinta-feira, 13 de março de 2014

Recompondo a História
Hoje, 13, faz 50 anos que João Goulart promoveu o famoso “comício”, realizado defronte ao prédio que, no Rio, abrigava o então Ministério da Guerra. Naquele evento, foram assinados decretos, desapropriando terras e refinarias pertencentes a grupos privados. Na mesma ocasião, foi lançado o nome de Brizola para a eleição que se realizaria no ano seguinte. Slogans como “cunhado não é parente! Brizola prá presidente”; “Brizola-65 na lei ou na marra”, estavam estampados em faixas, na praça do comício, que foi considerado o golpe fatal em Jango. Mas o que importa ser destacado, até para repor a verdade em seu lugar, é o papel da Imprensa, naquele episódio. Com absoluta maioria, toda a mídia da época posicionou-se contra Jango, instigando o movimento, que o apearia do poder, alguns dias depois. Transcrevamos algumas manchetes daquela data: “Comunistas têm apoio de João Goulart para assumir o poder na CNTI” (Diário de Notícias); “Conspiração em marcha contra a democracia” (A Noite); “Oposição denuncia um plano de golpe contra a democracia” (O Diário Carioca); “Sobral Pinto acusa Goulart de querer instalar no País um segundo “Estado Novo”” (O Estado de São Paulo); “Preços sobem nas feiras até 40 por cento em uma quinzena” (Correio da Manhã); “Articula-se a legalização do Partido Comunista” (O Globo); “Arcebispo diz que até as Encíclicas são utilizadas pela subversão comunista” (O Globo); “1- Jango (para a reeleição); 2- Arrais (para as urnas); 3- Brizola (para as armas)” (Manchete); “Reformas à bala” (O Estado de São Paulo); “Até quando?” (Folha de São Paulo).

Todas as manchetes, acima transcritas, foram extraídas do livro “Revolução de 64” (editora “Rio” – coleção Memória do Brasil), resultante de pesquisa realizada pelas “Faculdades Integradas Estácio de Sá”. São 250 páginas reproduzindo jornais e revistas de época de Jango, a, demonstrarem que a Imprensa, tal qual a Igreja Católica, estimularam o movimento militar de 31 de março de 1964. Não adianta, passados 50 anos, virem querer apagar a história, na pretensão de terem ficado a favor da (falsa) democracia. Quem viveu aqueles dias – somos poucos, é verdade – é testemunha ocular dos fatos vividos.

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