A Criméia devolvida
Muito se tem falado sobre a anexação da Criméia pela Rússia,
como se tal fato resultasse de um ato de força do Presidente Putin. Dois
relevantes aspectos devem ser levados em consideração: primeiro, a Criméia
sempre foi território e nação russa, até o esfacelamento da União soviética, no
final dos anos 80. Lá se situa importante e expressiva indústria bélica,
necessária ao equilíbrio de forças entre a Rússia e os Estados Unidos; segundo,
a anexação resulta de um plebiscito, em que 95% da população decidiram por
ficar com a Rússia. Dizer que a votação se deu por “pressão militar” é, no mínimo, má-fé, já que centenas de
jornalistas acompanharam o plebiscito e nenhum ato de coação ficou registrado.
Até porque coagir 95% dos eleitores é missão impossível. A retaliação
propagada, principalmente pelos Estados Unidos, é puro jogo de cena. A Europa
depende do gás russo e Obama, cujo prestígio político está em queda livre, não
vai querer acrescentar a seu currículo a reintrodução da guerra fria. Ter armas
nucleares, ao contrário do que pensam os apressados e desconhecedores da
História, é fator de equilíbrio de forças, único meio de se garantir a paz,
porque, como já ensinavam os romanos, “si
vis pacem, para bellum” (se queres a paz, prepara a guerra). Não foi por
outro motivo que Estados Unidos e União Soviética rosnaram, por décadas, um
para o outro, sem disparar um mísero tiro.
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