quarta-feira, 26 de março de 2014

A Criméia devolvida

Muito se tem falado sobre a anexação da Criméia pela Rússia, como se tal fato resultasse de um ato de força do Presidente Putin. Dois relevantes aspectos devem ser levados em consideração: primeiro, a Criméia sempre foi território e nação russa, até o esfacelamento da União soviética, no final dos anos 80. Lá se situa importante e expressiva indústria bélica, necessária ao equilíbrio de forças entre a Rússia e os Estados Unidos; segundo, a anexação resulta de um plebiscito, em que 95% da população decidiram por ficar com a Rússia. Dizer que a votação se deu por “pressão militar” é, no mínimo, má-fé, já que centenas de jornalistas acompanharam o plebiscito e nenhum ato de coação ficou registrado. Até porque coagir 95% dos eleitores é missão impossível. A retaliação propagada, principalmente pelos Estados Unidos, é puro jogo de cena. A Europa depende do gás russo e Obama, cujo prestígio político está em queda livre, não vai querer acrescentar a seu currículo a reintrodução da guerra fria. Ter armas nucleares, ao contrário do que pensam os apressados e desconhecedores da História, é fator de equilíbrio de forças, único meio de se garantir a paz, porque, como já ensinavam os romanos, “si vis pacem, para bellum” (se queres a paz, prepara a guerra). Não foi por outro motivo que Estados Unidos e União Soviética rosnaram, por décadas, um para o outro, sem disparar um mísero tiro.

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